domingo, 18 de novembro de 2007

Giacomo Puccini (1858 - 1924)

Por Puccini ter sido um genuíno talento do teatro, os críticos e acadêmicos sempre tentaram negar seu lugar entre os compositores sérios. O público, no entanto, tem outra opinião e considera Puccini como um de seus compositores favoritos.


Nascido em Lucca, Itália, Puccini descendia de várias gerações de músicos profissionais. No início ele não se interessou em dar prosseguimento à tradição da família, mas sua mãe o obrigou a estudar música. Na adolescência Puccini já era um organista suficientemente bom para manter dois empregos como organista de igreja. Atraído por novas invenções e por maquinários, tinha a curiosidade de conhecer o órgão e seu mecanismo de música e divertia-se e improvisava durante as cerimonias religiosas. Vários fatores o levaram à carreira de compositor: a recepção favorável a algumas peças religiosas e uma cantata escritas por ele; a descoberta de Aida, a última ópera de Verdi e as bolsas de estudo de seu tio-avô e da Rainha Margherita de Saboia que lhe permitiram estudar no Conservatório de Milão de 1880 a 1883.


A vida da cidade grande nunca agradou muito a Puccini, mas influenciou seu trabalho. Sua existência boêmia como um estudante pobre foi expressa mais tarde na ópera La Bohème. Apesar de sua livre associação ao movimento verismo, um esforço para um teatro de ópera mais natural e acreditável, Puccini não hesitou em escrever peças de época ou em explorar locais exóticos. Na ópera Tosca escreveu um extenso melodrama ambientado em Roma durante o período napoleônico. Para Madame Butterfly Puccini escolheu uma história americana passada no Japão. Gozando de uma aceitação gradual e consistente àquela altura de sua carreira, Puccini estava completamente despreparado para o fracasso total de Madame Butterfly, quando de sua primeira apresentação em 1904. No entanto, acreditava em seu trabalho e revisou a ópera até que fosse aceita. As complicações de Madame Butterfly fizeram com que retardasse o início de seu próximo trabalho e minaram sua autoconfiança, mas durante uma visita a New York, Puccini concordou em escrever La Fanciulla del West, baseada na popular peça de David Belasco The Girl of the Golden West. Apesar de relutar em assumir modernismos -a obra Elektra de Strauss o havia deixado confuso e desgostoso- Puccini, com cuidado, adotou mudanças de tempo em La Fanciulla, absorvendo a influência de Pelléas de Debussy, que ele admirava.


A I Guerra Mundial provocou a principal interrupção na vida criativa de Puccini. As hostilidades complicaram suas negociações para escrever uma opereta para Viena, à época território inimigo. A opereta transformou-se então em uma ópera leve, La Rondine, produzida em Monte Carlo e acolhida com frieza no Metropolitan como a tarde decadente de um gênio. Puccini nunca mais recobrou sua superioridade jovial e sua espontaneidade romântica, mas continuou trabalhando seriamente, ampliando seus horizontes.


Um fumante inveterado, Puccini teve um câncer de garganta e foi levado para Bruxelas em 1924, para tratamento com um especialista. Apesar do sucesso da cirurgia, o coração de Puccini não resistiu e ele morreu logo em seguida. À época de sua morte, ele estava trabalhando em sua ópera mais ambiciosa, Turandot, baseada na adaptação romântica de Schiller de uma fantasia de Carlo Gozzi, o escritor satírico de Veneza do século XVIII. Em Turandot, pela primeira vez, Puccini escreveu muito para o coro, criando uma variedade orquestral, ampliada e enriquecida, que mostrava uma consciência de Petroucka de Stravinsky e de outros números contemporâneos. Fonte: De Ópera e de Lagartos...

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